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Mirtilo


O mirtilo pertence à família Ericaceae e é nativo de várias regiões da Europa e dos Estados Unidos. Há muitas espécies de mirtilo, sendo que as principais espécies com expressão comercial são divididas em três grupos, de acordo com o genótipo, hábito de crescimento, tipo de fruto produzido e outras características. As práticas de manejo são diferenciadas para cada um dos grupos, desde a produção de mudas até a colheita e utilização dos frutos. Estes grupos são:
a)
"highbush" (mirtilo gigante), tetraplóide, originário da costa oeste da América do Norte. Sua produção, dentre os demais grupos, é a de melhor qualidade, tanto em tamanho quanto em sabor dos frutos. A principal espécie deste grupo é Vaccinium corymbosum L., ainda que as espécies V. australe e V. darrowi possam ser usadas para fins de melhoramento genético;

b)
"rabbiteye", hexaplóide, originário do sul da América do Norte. Compreende a espécie Vaccinium ashei Reade. Em relação ao grupo anterior, produz frutos de menor tamanho e de menor qualidade. Apresenta maior produção por planta e seus frutos têm uma maior conservação em pós-colheita. Apresenta maior importância comercial em regiões com menor disponibilidade de frio, por causa da sua tolerância a temperaturas mais elevadas e à deficiência hídrica;

"lowbush", diplóide, tem hábito de crescimento rasteiro e produz frutos de pequeno tamanho, cujo destino é a indústria processadora.
A planta de porte arbustivo ou rasteiro e caducifólia. O fruto é uma baga de cor azul escura, de formato achatado, coroada pelos lóbulos persistentes do cálice e com aproximadamente 1 a 2,5 cm de diâmetro e 1,5 a 4 g de peso. Apresenta em seu interior muitas sementes e tem sabor doce- ácido a ácido.

Instalação e manejo do pomar

Propagação

A propagação desta espécie pode se dar através de sementes (propagação sexuada) ou por enxertia ou estaquia (propagação assexuada). A forma mais utilizada de propagação do mirtilo é a estaquia.

Mirtilo do tipo highbush é, geralmente, multiplicado por enraizamento de estacas lenhosas, retiradas durante o período de repouso hibernal. Estas são preparadas em estacas de 15 a 20 cm ou podem ser retiradas e conservadas em câmara fria e, posteriormente, preparadas e colocadas em canteiros com leito aquecido. A temperatura do substrato deve ser de 18 a 21 ºC.

Para as cultivares do grupo rabbiteye, mais indicadas às condições do Rio Grande do Sul, os melhores resultados são obtidos com estacas herbáceas (Santos e Raseira, 2002). Por ser retiradas da planta em estado mais tenro (herbáceo), o ambiente de enraizamento tem que possuir controle de temperatura e, principalmente, da umidade relativa. Assim, a estrutura normalmente utilizada é a casa plástica (ou de vegetação) com sistema de nebulização intermitente (mist), o qual é acionado em intervalos de 10 minutos por 30 segundos ininterruptos. À medida que as raízes adventícias v ao se formando este intervalo entre o acionamento do sistema pode ser aumentado.
As estacas herbáceas podem ser retiradas durante todo o ciclo vegetativo, embora maior porcentagem de enraizamento seja obtida quando são preparadas na primavera. As plantas matrizes devem apresentar bom estado fitossanitário e representarem fielmente a variedade que as originou. O estado nutricional da planta matriz também é fator importante para o sucesso da propagação, uma vez que plantas com deficiência mineral produzem material vegetal de má qualidade.

As mudas, antes de serem transplantadas para o campo, devem sofrer um processo de aclimatização (Figura 38), pois ventos e o sol direto podem provocar queimaduras nas mesmas. Se o transplante for realizado no verão, para as condições do Rio Grande do Sul, haverá necessidade de complementação de água no solo, na forma de irrigação, uma vez que neste a maior estiagem no Estado. Por este motivo, pode-se optar por plantar as mudas no campo, quando estas tiverem um ano e meio, no período de inverno, ou seja, junho e agosto, época de chuvas no Sul.
clima e solo da área do pomar, e de posse de mudas de alta qualidade, podemos proceder a implantação do pomar.
Deve-se dar preferência a mudas vigorosas e bem enraizadas. Após a correção da fertilidade do solo em toda a área, de acordo com as recomendações para a cultura, devem ser abertas covas para plantio da muda, as quais devem ter no mínimo 30 x 30 x 30 cm.
De acordo com a topografia da área, o pomar poderá ser implantado em camalhões dispostos em curvas com declividade variando de 0,6 a 0,8 % ou em linhas reta, se a declividade assim o permitir
O espaçamento para mirtilo varia de 3 a 4 metros entre as linhas de plantio e de 1 a 1,5 metro entre as plantas, variações estas em função da topografia, do tipo de terreno, do regime pluvial, da disponibilidade e do tipo de maquinário e do hábito de crescimento da cultivar a ser plantada
Ao retirar a muda dos sacos plásticos, deve-se tomar o cuidado de não desfazer o torrão; entretanto, devem ser retiradas as raízes excedentes (poda de raízes) e fazer uma leve descompactação do torrão, para facilitar a emissão de novas raízes e a rápida colonização do solo.
Nos dois primeiros anos, após o plantio da muda, se constrói a estrutura produtiva da planta. Nesse período, busca-se a formação de brotações vigorosas e de ramos (hastes lenhosas) suficiente para suportar as produções futuras. A planta de mirtilo possui uma fase juvenil extremamente curta, apresentando produção de flores e frutos desde a fase de muda. Entretanto, toda flor ou fruto, na planta jovem, devem ser eliminados, em detrimento das brotações, visando fortalecer os ramos em formação



Fonte: Embrapa

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